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pele áspera acabava se tornando generosa ao retribuir o carinho que eu tinha lhe feito anteriormente. Ele é muito gentil. Meus pensamentos começavam a voltar para o lugar, minha taquicardia aos poucos cessava, dando espaço novamente para o ritmo apenas das penetrantes pegadas de Tolgar. Aquele mundo era extraordinário. Aquelas criaturas eram excepcionais. Eu quero passar mais tempo aqui. “Obrigado”, um grunhido, dessa vez não tão ensurdecedor, parecia responder à minha gratidão. Um grunhido que outrora pudera ser ouvido à quilômetros, agora acalentava minha alma.
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– Valeu Tolgar. Estamos quase chegando ao solo, e eu acho que aquilo é uma estrada! – Mesmo sabendo que ele não me entendia, eu precisava dizer. Quando externamos algo, transparecemos confiança, mesmo que esta não seja verdadeira, e quando transparecemos confiança, nosso corpo acaba acreditando naquilo. Isso para mim estava sendo suficiente.
<br><br>
Entretanto nem tudo são flores. E eu prometo não fazer a piada da flora local. Ao descermos, um dos rochedos da região – este um pouco mais íngreme –, além d’outro pedregulho adjacente, acabam por atingir a corda que me segurava. Sim! Justamente o pedaço que eu estava amarrado. O lado positivo é que não acertou onde o remédio estava amarrado. O lado negativo: Eu vou cair.
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Entro em desespero. Solto o medicamento que estava bem amarrado à árvore, me seguro com os dois braços na palmeira, e esta parecia pregar uma peça em minha pessoa à medida que ventaneava. Eu estava parecendo sua copa, sacudindo pra lá e pra cá. Eu ia cair! Meus braços já não aguentavam mais segurar, e eu ainda teria umas dezenas de metros de queda para enfrentar. Eu sucumbiria, com certeza não aguentaria o impacto, e ali seria meu triste fim. Com certeza se eu não morresse na queda, o que seria impossível, eu morreria perfurado em alguma rocha mais afiada. Eu vivi uma vida legal. Eu experimentei coisas naquele mundo que eu nunca imaginei que experimentaria nem em milhões de anos, se um <span class="justify">ser humano</span>
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ser humano conseguisse viver tanto tempo, claro. Hoje, a vida parecia uma piada cruel; uma vez que eu não ia chegar nem perto de viver um período descente. Eu sou apenas um jovem-adulto!
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“Me aju-...”, aqueles seriam meus últimos pensamentos? Pedir socorro? Não é tão digno de um herói de um mundo épico e fantasioso.
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Meu pescoço estava por um fio, porém com certeza um pescoço que não estava era de Tolgar. Eu nunca o vi mover-se tão veloz. E onde estava escondido aquele pescoço? Para todos que falam que ele é uma Tartaruga, estão enganados. Ele está mais para girafa-cobra. O tamanho e a velocidade com o qual Tolgar me segurou foram inimagináveis. Eu realmente já tinha visto todas as cenas da minha vida passando por minha cabeça, entretanto Tolgar me salvou. Ele se mantinha fundamentado ao terreno, enquanto sua garganta me cobria como uma mantinha.
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– Você é incrível Tolgar, de verdade, mais uma vez: muito obrigado! – Eu abaixo minha cabeça em sinal de respeito e imenso reconhecimento. Novamente um ronco plácido é balbuciado a mim como resposta, “é, acho que ele só fala isso”, reflito.
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Adentramos na estrada de terra improvisada, de coloração alaranjada – talvez possa ser barro, porém não estou em condições para avaliar, eu quase morri! – e avançamos passeio rumo ao desconhecido. Em terra, trato de averiguar se a medicação ainda encontrava-se ancorada à palmeira, e pra minha feliz surpresa de fato estava. Agora me deito na parte da frente de seu caule, com os pés sobre o pescoço tolgariano, semelhando estar de férias na praia, tirando a parte da leve brisa e da proximidade ao mar, me deparava com uma situação aconchegante. A trilha pela estrada perdurou por um tempo, até que mais à frente, no panorama, eu posso reparar uma cabana longínqua.
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– Deve ser lá amigo! Vamos apertar o passo, não sabemos as <span class="justify">condições do Ancião!</span>
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